Em meados do mês de dezembro foi instalada em um hotel na avenida Rebouças uma fachada interativa que muda de cor e intensidade de acordo com os níveis de poluição sonora e atmosférica. Projeto de Guto Requena, a proposta se insere no que o arquiteto chama de “cidade haqueada”, um cenário em que edifícios operam na interface entre o mundo analógico e digital, transformando-se de acordo com as ações de seus usuários.
Intitulado “Criatura de Luz”, o projeto ocupa a fachada do hotel WZ Jardins, construído nos anos 1970 e localizado entre as ruas Oscar Freire e Lorena. Através de sensores sonoros, a nova fachada de LEDs reage aos diferentes sons da cidade - frenagem de ônibus, sirenes de ambulância, tráfego de automóveis e motos e mesmo o barulho do vento – modificando os padrões e a coloração das luzes.
Outro conjunto de sensores analisa a qualidade do ar e, dependendo dos resultados obtidos, reage de formas diferentes. Em dias com níveis de poluição mais elevados, tons alaranjados e avermelhados assumem a fachada luminosa; por outro lado, quanto melhor a qualidade do ar, mais frias as cores se tornam, e tons de verde e roxo são emitidos pelas luzes.
De caráter interativo, o público pode se relacionar com a obra de dois modos: através do toque e da voz. Para isso basta baixar o aplicativo “WZ Hotel Luz”, já disponível para o sistema Android e, a partir desse mês, também para iPhone.
O projeto contou com dois anos de pesquisa e trabalho de uma equipe de designers, programadores e arquitetos chefiada por Requena. Para ele, a cidade construída deve ser aproveitada, “precisamos aplicar nela novas formas de comunicação.”